14/06/2017

Opinião | O Ano em que nos amámos perigosamente | Julia London

Quando o prazer compensa os riscos.Inglaterra, 1808. Quando Declan O'Conner, conde de Donnelly, chega a Hadley Green para conhecer a nova condessa de Ashwood, basta-lhe apenas um olhar para perceber que a bela nobre que o recebe não é quem deveria ser. Para tentar fugir a um casamento indesejável, Keira Hannigan assumiu a identidade da verdadeira condessa, sua prima, em viagem pelo estrangeiro. Intrigado com o segredo que rodeia a mentirosa sedutora, Declan decide não a desmascarar e até concorda em ajudá-la a lançar luz sobre o mistério que envolve as preciosas jóias desaparecidas de Ashwood. A situação, no entanto, precipita-se rapidamente quando um chantagista obscuro ameaça revelar o escândalo e o conde percebe que deve proteger Keira a todo custo.

(Pode Conter Spoilers)
Este foi o primeiro livro que li de Julia London e, desde há já algum tempo, que estava muito curiosa com esta história.
Apesar de ser um livro mais "inclinado" para o romance, tem um pouco de tudo. Tem humor quanto baste, tem mistério, tem acção e tem personagens que encaixam umas nas outras. Se por um lado, ao ler a sinopse, pensei que esta seria a história de Lily, recém Condessa de Ashwood, por outro lado, compreendi a necessidade que a autora teve de tornar este livro aquele que daria um rumo e um propósito a Keira, prima de Lily.
A história começa por nos apresentar o mistério das jóias desaparecidas de Lady Ashwood e a forma como Lily havia sido "adoptada" pela tia, Lady Ashwood, quando ainda era uma criança. Já nessa altura, os mal entendidos estavam presentes justamente por causa desse mesmo roubo de jóias e da incriminação de um homem em particular. Esse roubo e o mistério que o envolve será o principio, o meio e o final deste livro. Está tudo bem ligado e tantos anos depois as coisas ainda parecem mal resolvidas.
Quando Lily descobre que é a nova Condessa de Ashwood, a meio da preparação para uma viagem a Itália, não tem outra alternativa senão pedir ajuda a Keira. A ideia era Keira ir para Ashwood e tomar conta de tudo enquanto Lily não chegasse da sua viagem. No entanto, após a chegada de Keira a Ashwood, as coisas tomaram um rumo diferente do que tinha sido planeado e Keira vê-se, de repente, na pela da própria Condessa. Tendo em conta que Lily estava disposta a tomar o seu lugar como Condessa, Lily pensou que não faria mal a ninguém se ela própria fosse Lily por algum tempo, sendo que no final, tudo seria esclarecido.
Contudo, para alterar o esquema das coisas, claro que teria de aparecer alguém que soubesse que a Condessa de Ashwood regente não passava de uma impostora. Declan O'Conner, conde de Donnelly, chega a Hadley Green e, automaticamente, percebe que aquela Condessa é uma farsa e que se trata de Keira, alguém que ele conhece desde criança e que sempre esteve guardada na sua mente e no seu coração. 
Em comparação com outros livros de época, este foi algo morno(?). Esperava mais de Declan e Keira e, embora tenha gostado imenso de os ver juntos (apesar da constante formalidade entre eles), a forma como o mistério inicial ficou numa espécie de limbo, deixou-me algo desapontada. Achei a resolução do mistério das jóias roubadas um pouco rebuscada e escrita à pressa. Havia tanto por onde pegar a partir da altura em que detectaram que algo de muito errado tinha acontecido há alguns anos atrás, com a condenação de um suposto ladrão. 
Basicamente, este livro serviu para juntar Keira e Declan. Retirar o peso de uma culpa partilhada sobre algo que aconteceu há muitos anos atrás e que fazia com que ambos acabassem por serem mais contidos e fechados.

No geral gostei de ler este livro, mas espero que o seguinte traga mais "sumo" e mais algum calor à leutra.
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Quinta Essência em troca de uma opinião sincera)

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