23/06/2017

Opinião | Um Pedacinho de Céu | Julia Quinn

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Quem conhece Honoria Smythe-Smith sabe que, para lá das suas inúmeras qualidades, a jovem tem algumas... enfim... particularidades, nomeadamente:
1. É uma entusiástica (e péssima!) violinista
2. Fica fora de si sempre que alguém diz “Bicho”
3. NÃO está apaixonada (não está!) pelo melhor amigo do irmão 

Já Marcus Holroyd, conde de Chatteris, é o seu oposto. É um rapaz tímido e responsável, mais conhecido por:
1. Ser lamentavelmente dado a entorses do tornozelo
2. Carregar o fardo de ser um dos solteirões mais cobiçados
3. NÃO estar (de todo!) apaixonado pela irmã do melhor amigo 

Juntos...
1.São grandes amigos
2. Comem quantidades escandalosas de bolo de chocolate 
3. Sobrevivem ao pior espectáculo musical do mundo

Julia Quinn tem para eles planos que incluem...
1. Uma febre mortífera 
2. Momentos (muito!) embaraçosos
3. Um final desesperadamente romântico

(Pode conter spoilers)
Mais uma vez, Julia Quinn não me decepcionou. Bem ao seu estilo a autora traz-nos uma história de amor e aventuras entre Honoria e Marcus. Se bem que não seja tão bom como a série Bridgerton (os quais podemos rever em momentos fugazes durante as páginas deste livro), é uma história que nos prende e nos cativa desde o início. É um livro que nos traz mais doçura do que erotismo, não fossem eles amigos de infância. Honoria é uma jovem cheia de vida, mas sempre bem educada e sensível. Marcus, por sua vez, tornou-se num homem um pouco solitário e com uma missão: Proteger Honoria de um casamento infeliz, sem que ela o saiba. Isso vai tornar-se numa missão deveras hilariante, acreditem.
O livro centra-se, sobretudo, na tão falada febre fatal que Marcus contrai devido a uma infecção não detectada. Não me importei com isso, mas gostaria de ter visto um pouco mais de "fogo" entre eles os dois, mas estando ele acamado e intermitentemente entre a consciência e a não consciência seria complicado. Adorei ver a dedicação de Honoria para o salvar, mesmo indo contra todas as probabilidades de salvação, uma vez que naquela altura era muito difícil alguém sobreviver a uma infecção tão grande, ainda para mais com tão poucos recursos médicos. Pode-se mesmo dizer que foi o amor, o carinho e a amizade dela que o salvaram. No entanto, a mãe dela também teve uma grande dose de responsabilidade na recuperação de Marcus, e aqui tenho de dizer que gostei imenso de ver que a mãe de Honoria preocupava-se com o bem estar da filha e que não se tinha esquecido dela ou desistido dela, como muitos pensavam. Revelou ser uma mulher cheia de sabedoria e força interior, bem presentes na forma como educou Honoria e o seu filho (melhor amigo de Marcus) que fugiu do país por conta de um mal entendido, causando a todos grandes agonias e tristezas. 
Os momentos em que Honoria e Marcus estão juntos, são sempre momentos cheios de um humor mordaz e sempre, mas sempre sem revelarem o que realmente sentem. Toda a gente sabe (toda a gente que já leu) que Julia Quinn aposta sempre em personagens inteligentes, generosas e muito bem humoradas, com a capacidade de nos fazer rir até às lágrimas e de chorar de emoção. 
Gostei bastante deste livro e aguardo ansiosamente pelo segundo volume desta nova série de Julia Quinn que promete muitas boas horas de leitura e de lazer.

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